Nova abordagem combinada restabelece e aprimora a imunidade antitumoral

Por Docmedia

4 agosto 2023

O câncer é uma doença complexa que utiliza artimanhas para driblar a vigilância natural do organismo promovida pelo sistema imune. Por este motivo, as estratégias terapêuticas de maior sucesso contra a doença incorporam a combinação de diferentes tratamentos visando diferentes estratégias de evasão imune do tumor.

Nesse contexto, merece destaque o novo estudo de pesquisadores da Universidade da Califórnia, em San Diego, unindo um vírus vegetal a um anticorpo dirigido às células natural killer (NK). O artigo do grupo em Nano Letters lembra que o trabalho das células NK é detectar e atacar o câncer. Além disso, nesse processo as células NK liberam moléculas que são reconhecidas pelo sistema imune e induzem a produção de anticorpos.

Infelizmente, os tumores desenvolveram estratégias para lidar com as células NK, fazendo com que haja poucas células desse tipo dentro ou próximo dos tumores e que essas poucas células estejam em um estado funcional imunossuprimido que as impede de combater a doença. Basicamente, o objetivo dos pesquisadores da Califórnia foi desenvolver estratégias capazes de reverter esse panorama imune das células NK.

A estratégia relatada como eficaz utilizou terapia combinada de um anticorpo e um vírus vegetal. O vírus do mosaico do feijão fradinho (VMFF) infecta vegetais, mas é inofensivo para animais e seres humanos. Além disso, o VMFF possui especial capacidade de atrair células NK, o que contribuiu para aumentar drasticamente a quantidade dessas células no microambiente tumoral. Aliado a isso, o anticorpo anti-4-1BB se liga a receptores nas células NK retirando-as do estado de imunossupressão. No estudo, a abordagem foi testada em modelos murinos de câncer de cólon e melanoma.

Segundo os autores, o experimento mais dramático foi com o câncer de cólon, em que os animais portadores de câncer foram tratados com uma injeção semanal de VMFF e duas injeções semanais de anti-4-1BB. Clinicamente, os tumores de todos os camundongos foram eliminados e os animais sobreviveram, além de ter sido criada memória imunológica que impediu a recidiva após novo desafio de câncer. Com o melanoma, embora menos dramáticos, os resultados também foram de redução do crescimento tumoral e aumento da sobrevida.

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Fonte: https://pubs.acs.org/doi/10.1021/acs.nanolett.2c01328

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