Medicamento para diabetes mostrou reduzir o risco de demência em estudo

Por Docmedia

10 fevereiro 2023

Embora ainda não se saiba o porquê, estudos mostram que o diagnóstico de diabetes implica aos seus portadores de mais idade um risco até duas vezes maior de desenvolver demência. Sabe-se que o diabetes promove danos à parede vascular em todos os vasos do corpo, o que pode auxiliar nesse aumento de risco de demência, tanto de demência vascular quanto de doença de Alzheimer.

A novidade é que pesquisadores da Faculdade de Medicina de Temerty e do Sunnybrook Research Institute passaram a afirmar que uma determinada classe de medicamentos para diabetes pode ser mais eficaz para preservar a cognição ao promover o controle da glicemia. A publicação no periódico Diabetes Care conta que tal afirmação é fruto de um estudo de coorte retrospectivo realizado com dados de saúde de 103.906 pessoas residentes no Canadá com 66 anos ou mais. Além disso, todos os participantes não tinham histórico de demência e haviam recebido recentemente a prescrição de uma de duas classes de medicamentos antidiabéticos; inibidores do cotransportador de sódio-glicose-2 (SGLT2) ou inibidores da dipeptidyl peptidase-4 (DPP4).

Ambos os fármacos costumam ser a segunda linha de tratamento no diabetes tipo 2 quando a metformina não é suficiente para os resultados almejados sobre a glicemia. O trabalho também avaliou a incidência de quadros demenciais nos participantes nos três anos seguintes à entrada no estudo por meio de registros hospitalares relacionados à condição ou prescrição de medicamentos contra o declínio cognitivo.

Ao analisar esse conjunto de dados, os pesquisadores descobriram que os inibidores de SGLT2 em comparação com os inibidores de DPP-4 foram associados a um menor risco de demência (14,2/1.000 pessoas-ano; aHR 0,80 [95% CI 0,71–0,89]) durante o acompanhamento, o que representa um risco aproximadamente 20% menor. Além disso, quando considerados diferentes inibidores de SGLT2, a dapagliflozina exibiu o menor risco (aHR 0,67; IC=95%), seguida pela empagliflozina (aHR 0,78; IC=95%), enquanto a canagliflozina não mostrou associação (aHR 0,96; IC=95%).

Segundo os autores, cuja intenção agora é explorar essa associação em relação a outras classes de antidiabéticos, agora os inibidores de SGLT2 passam a figurar como um potencial candidato para tentar ajudar a preservar a cognição em pacientes com diabetes.

Quer saber mais?

Fonte: https://diabetesjournals.org/care/article-abstract/doi/10.2337/dc22-1705/148124/Association-of-Sodium-Glucose-Cotransporter-2?redirectedFrom=fulltext

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