Inibição enzimática seletiva se mostra eficaz em interromper o crescimento do melanoma

Por Docmedia

27 fevereiro 2023

O melanoma é o mais mortal dos cânceres de pele. Como todos os tumores agressivos, o melanoma precisa ativar vias metabólicas que forneçam energias para as células em rápida proliferação. Atacar essas vias é um dos direcionamentos da pesquisa oncológica atual. Nesse contexto, pesquisadores da Sanford Burnham Prebys identificaram uma enzima cuja inibição se mostrou eficaz em interromper a progressão do melanoma.

O artigo do grupo na Nature Cell Biology conta que a enzima glutaril-CoA desidrogenase (GCDH) é uma dessas enzimas ativas para garantir o suprimento energético das células cancerígenas. A GCDH é uma proteína mitocondrial que desempenha um papel significativo na metabolização dos aminoácidos lisina e triptofano.

A enzima não é ativada em células saudáveis, mas sua atividade em tumores do tipo melanoma se correlaciona inclusive com o prognóstico. A partir desta sugestão de que GCDH tenha uma função crítica para a sobrevivência das células do melanoma, os pesquisadores investigaram o tema produzindo a inibição da enzima por manipulação genética em modelos celulares e animais de melanoma. Em ambos os casos, o que se viu foi o efetivo bloqueio do crescimento do tumor.

Molecularmente, a equipe também verificou que os efeitos da inibição de GCDH se correlacionavam com a atividade do fator nuclear eritroide 2 relacionado ao fator 2 (NRF2). O NRF2, por sua vez, é um regulador transcricional mestre da resposta celular ao estresse. Estudos anteriores descobriram que o NRF2 pode apresentar atividade pró-oncogênica ou supressora tumoral, embora o mecanismo que determina esta plasticidade funcional não seja conhecido. Agora, os experimentos da equipe mostraram que a inibição de GCDH promove atividade supressora tumoral em NRF2 regulando sua glutarilação.

Segundo os autores, seus dados suportam diferentes opções terapêuticas visando o melanoma a partir da via GCDH. Além da inibição da via em si, foi demonstrado que os animais sem GCDH não podiam tolerar dietas ricas em proteína. Em outras palavras, é possível que a redução da atividade GCDH, ou mesmo tumores naturalmente com baixa atividade da proteína possam ser sensíveis à terapia dietética complementar.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s41556-022-00985-x.epdf?sharing_token=DtnAQ-FcnPNpvyekJWMzYNRgN0jAjWel9jnR3ZoTv0PycJfjZbeZpGebkc4JFE9op2SPxodFuxBfzCjdjPoZVfImEIs25Qb-b7qNZRXgkaV5HwHICCsg4yZgoOPNiCm-vXudvWnY8zEDuVslWKWzXRUNkHt5CgFMzqMyinwHRAQCRsuevD2goRWFQMObGDQn4EGt3tONZ1fw_I9W3WeiqF_EVdkTGYXocbDYendgtK8%3D&tracking_referrer=www.genengnews.com

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