Grande estudo seleciona os melhores tratamentos complementares no diabetes tipo 2

Por Docmedia

31 outubro 2022

O diabetes é uma das patologias crônicas mais prevalentes em no mundo, afetando mais de 500 milhões de pessoas. O diabetes tipo 2, em que ocorre resistência insulínica, responde por 95% dos casos e tem como pilares de tratamento intervenções dietéticas e de estilo de vida, além do tratamento com metformina.

Entretanto, isso não é suficiente para deixar a taxa glicêmica dentro do almejado em boa parte dos pacientes, sendo necessárias medidas adicionais. E o problema é que não há consenso sobre que medicações adicionar ao protocolo de base. Para modificar isso, um grande ensaio clínico capitaneado pelo Massachusetts General Hospital Diabetes Center foi conduzido em 36 centros de saúde dos EUA.

A publicação em dois artigos no New England Journal of Medicine conta que foram recrutados 5.047 portadores de diabetes tipo 2 com menos de 10 anos de evolução compondo uma coorte com diversidade etária e étnica. O estudo Glycemia Reduction Approaches in Diabetes: A Comparative Effectiveness Study (GRADE) consistiu em iniciar um tratamento comum com medidas de estilo de vida e metformina, a seguir designando aleatoriamente os participantes para um dos quatro grupos de estudo.

Além da terapia de base, os três primeiros grupos tiveram a adição de medicamentos que potencializam a ação da insulina; glimepirida (silfoniureia), sitagliptina (inibidor da dipeptidil peptidase 4) e liraglutida (agonista do receptor do peptídeo-1 semelhante ao glucagon). Já o quarto grupo teve seu esquema acrescido da insulina glargina U100 de ação prolongada. Após isso, a coorte foi acompanhada por um período de 4 anos, com foco principal na manutenção dos níveis glicêmicos dentro da faixa recomendada.

Ao final do experimento, os participantes que tomaram metformina mais liraglutida ou insulina glargina alcançaram e mantiveram seus níveis sanguíneos alvo por mais tempo em comparação com sitagliptina ou glimepirida. Isso representou 6 meses a mais de controle glicêmico adequado em comparação com a sitagliptina, que foi o medicamento menos eficaz. Não houve diferenças significativas influenciadas por idade ou etnia.

Os autores também ressaltam que 75% dos participantes falharam em manter controle o glicêmico durante 4 anos, que novas estratégias são necessárias para melhorar esse panorama, mas que os resultados do GRADE são um ponto de partida.

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Fonte: https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2200433

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