Experimento com imunoterapia tem sucesso em reduzir fibrose tecidual

Por Docmedia

20 outubro 2022

A fibrose é uma reação tecidual em que tecido conjuntivo rico em colágeno substitui paulatinamente o parênquima funcional em um órgão. Esse tipo de reação crônica costuma ocorrer em resposta a estímulos que provoquem inflamação ou distúrbio vascular e o termo final é a insuficiência funcional do órgão afetado; coração, pulmão, rins e fígado.

Uma vez que o tecido fibrótico é produzido por ação dos fibroblastos no tecido, as estratégias visando tratar o processo foram direcionadas para essas células, mas sem sucesso até o momento.

A novidade é que um grupo de pesquisadores da Universidade de Zurique anunciou um avanço importante e que pode efetivamente contribuir para o tratamento da fibrose. A publicação do trabalho na revista Cell Stem Cell lembra a existência de dois tipos principais de fibroblastos nos tecidos, sendo um grupo composto por células ativadas que participam ativamente do processo de fibrose. Por outro lado, um segundo contingente de fibroblastos está em repouso no tecido e não participa da fibrose.

Ocorre que as tentativas terapêuticas anteriores atacavam indistintamente fibroblastos ativados e em repouso. Perder os fibroblastos que estavam em repouso, por sua vez, compromete a manutenção da estrutura e funcionamento saudável do órgão ou tecido afetado. Buscando superar essa dificuldade, a equipe de Zurique decidiu investigar a superfície dos fibroblastos teciduais, buscando diferenças entre aqueles ativados e as células em repouso.

Como resultado, encontraram duas proteínas de superfície, Adam12 e Gli1, que estavam presentes em grande quantidade nos fibroblastos ativados, mas ausentes ou em pequeno número nos fibroblastos em repouso. As duas proteínas foram utilizadas como imunogênicos em uma vacina que foi testada em camundongos.

Como esperado, o imunizante produziu uma resposta de células T citotóxicas direcionada apenas aos fibroblastos ativados e conseguiu reduzir a formação de fibrose. Segundo os autores, o desafio agora é descobrir se o mesmo tipo de resposta imune direcionada pode ser desencadeado em humanos.

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Fonte: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1934590922003769?via%3Dihub

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