Estudo sugere que melanoma é super diagnosticado em um subgrupo de pacientes

Por Docmedia

11 janeiro 2023

O melanoma é o mais agressivo dos cânceres de pele, com um péssimo prognóstico para a doença metastática antes do advento da imunoterapia. Apesar disso, a grande maioria dos portadores da doença diagnosticada em estágio inicial tem grandes chances de sobreviver.

A novidade é que pesquisadores da Universidade da Pensilvânia identificaram um subgrupo de portadores de melanoma em estágio inicial com quase nenhuma morte relacionada ao câncer, o que sugere que parte dos pacientes está recebendo tratamento desnecessário para uma doença que jamais apresentaria sintomas. O novo estudo Prognostic model of cutaneous melanoma stage I Patients Using Cancer Registry Data foi publicado na revista Cancer.

Foram recrutados pacientes de ambos os sexos com diagnóstico de melanoma estágio I <1,0 mm de espessura e linfonodos negativos do banco de dados de Vigilância Epidemiológica de Resultados Finais. Modelos estatísticos foram aplicados para identificar os pacientes de mais baixo risco de morte e de maior risco, ambos no período de 7 anos, nesta coorte de portadores de melanoma inicial.

Em comparação com uma mortalidade geral de 7 anos por melanoma de 2,5% para a coorte em geral, um subconjunto de 25% dos pacientes apresentou risco de morte abaixo de 1%. Participantes com menor idade ao diagnóstico e nível de Clark II foram associados com baixo risco de morte em todos os modelos. Espessura da lesão abaixo de 0,4 mm (Breslow), ausência de mitogenicidade, ausência de ulceração e sexo feminino também foram associados a menor mortalidade. Um pequeno subconjunto de pacientes de alto risco com >20% de risco de morte também foi caracterizado.

Segundo os autores, a identificação por critérios objetivos de um subgrupo de pacientes com baixo risco de morte por melanoma em 7 anos indica a necessidade de mais estudos sobre esse tipo de apresentação clínica e a formação de consenso para o desenvolvimento de uma classificação alternativa para este grupo de lesões, como neoplasias melanocíticas de baixo potencial de malignidade. Tudo isso visando a maior individualização do tratamento, menor dose de estresse para indivíduos com este diagnóstico e a não aplicação de terapias desnecessárias.

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Fonte: https://acsjournals.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/cncr.34490

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