Estudo revela benefício cardiovascular inesperado no medicamento para psoríase

Por Docmedia

26 outubro 2022

A psoríase é uma doença inflamatória proliferativa crônica da pele cujos mecanismos subjacentes ainda carecem de maior esclarecimento para um melhor entendimento de todas as consequências para os seus portadores. Um consistente corpo de evidências mostra que os portadores de psoríase, particularmente as formas graves, têm um risco de morte por causa cardiovascular aumentado em comparação à população geral.

A novidade agora anunciada por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia é que uma medicação amplamente utilizada para o controle dos sintomas da psoríase se mostrou eficaz em reduzir importantes biomarcadores de risco cardiovascular em estudo. Publicado na JAMA Dermatology, o trabalho da equipe focou o apremilast (Otezla), um inibidor da fosfodiesterase 4 aprovado para tratamento dos sintomas dermatológicos e também da artrite psoriática.

O estudo atual recrutou 70 portadores de psoríase moderada e grave para um estudo aberto e não randomizado. Todos receberam tratamento com apremilast (30mg 12/12h) por 16 semanas e foram investigados para inflamação na região periaórtica, composição corporal e um conjunto de sessenta e oito biomarcadores cardiometabólicos.

Ao todo, 60 pacientes completaram o período de 16 semanas e um grupo de 39 participantes foi acompanhado até a semana 52. Nenhum efeito significativo foi percebido com relação ao grau de inflamação periaótico. Entretanto, o tratamento também foi associado à uma variação não constante, mas geralmente benéfica, de vários biomarcadores de risco cardiovascular.

Além disso, o tratamento também foi associado à uma redução entre 5 e 6% na gordura subcutânea e na gordura visceral dos participantes. Essa modificação já estava presente na semana 16 e se manteve constante até a semana 52. Em função desses achados, os autores sugerem a necessidade de mais e maiores estudos com apremilast no contexto cardiovascular.

Segundo eles, esses efeitos podem beneficiar pacientes que costumam serem triados e terem seus fatores de risco cardiovascular geridos de forma menos eficiente que o ideal, o que poderia aumentar sua longevidade e qualidade de vida.

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Fonte: https://jamanetwork.com/journals/jamadermatology/article-abstract/2796165

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