O câncer de próstata é a segunda principal causa de mortes por câncer entre homens nos EUA, situação que se assemelha bastante ao panorama no mundo. Nesses tumores, o que efetivamente provoca a morte é o surgimento de metástases e a resistência aos medicamentos, quando passa a se chamar câncer de próstata resistente à castração (CPRC).
Com opções de tratamento limitadas e com poucos benefícios, uma esperança em relação ao CPRC vem do estudo de pesquisadores da Northwestern Medicine sobre o mecanismo de regulação da hipóxia nesses tumores. A publicação na revista Oncogene conta que o foco do trabalho foi a proteína reguladora da hipóxia FOXA1.
Anteriormente, o mesmo grupo constatou que a expressão desta proteína é regulada negativamente no câncer de próstata metastático, sugerindo um papel supressor tumoral para sua expressão. No estudo atual, a equipe utilizou modelos celulares de CPRC visando descobrir se a regulação da hipóxia no microambiente tumoral via FOXA1 pode contribuir para a progressão do tumor.
A estratégia mostrou que a FOXA1 se liga à outra proteína, a HIF1A, inibindo sua expressão. Por sua vez, HIF1A ajuda a regular a expressão do gene hipóxia induzida pela perda de FOXA1. Como resultado, quando HIF1A regula FOXA1 negativamente, há o recrutamento de macrófagos para o microambiente tumoral. Os macrófagos recrutados, por sua vez, podem efetivamente promover antagonismo em relação à função das células T que atacam o tumor, um efeito imunossupressor.
Segundo os autores, seus achados credenciam FOXA1 como um regulador chave no microambiente tumoral hipóxico do CPRC, o que pode representar uma importante oportunidade de tratamento. Além disso, essa visão contrasta com a de colegas que entendem que visar terapeuticamente FOXA1 pode promover maior plasticidade na linhagem tumoral, hipóxia e contribuir para a progressão. Pelo exposto, os autores seguem investigando a função de FOXA1 na regulação da resposta imune em modelos animais de CPRC.
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