Estudo avançado torna mais próximo o tratamento para a doença hepática gordurosa não alcoólica

Por Docmedia

8 maio 2023

A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) vem aumentando rapidamente em sociedades pelo mundo. Junto a esse aumento, vem um aumento de sua forma grave, a esteato-hepatite não alcoólica (NASH), que se estima afetar até 6,5% da população. A condição resulta em inflamação e fibrose progressiva do tecido hepático, o que culmina em cirrose, insuficiência do órgão e já se configura na maior causa de transplantes hepáticos.

A novidade é que pesquisadores da Universidade de Michigan e colegas chineses da Universidade de Pequim e da Universidade Xi’an Jiaotong anunciaram um avanço que pode nos aproximar da primeira abordagem farmacológica eficaz para NASH. A publicação na revista Cell Metabolism lembra que, embora a DHGNA possa ser gerenciada com alterações na dieta e prática de exercícios físicos, os danos causados pela NASH são mais permanentes, não havendo até o momento uma abordagem farmacológica eficaz.

Parte da dificuldade no tema se deve à baixa traduzibilidade dos estudos em modelos animais inferiores, como camundongos, para resultados eficazes em estudos clínicos. Agora, os pesquisadores conseguiram um avanço importante ao validarem um modelo experimental de NASH em primatas não humanos, tendo resultados animadores com um fármaco experimental que também havia sido bem-sucedido em modelos murinos.

O fármaco, DT-109, surgiu a partir da descoberta de que o metabolismo da glicina é disfuncional na DHGNA e NASH que o credencia como um alvo terapêutico em potencial. O DT-109 é um tripeptídeo à base de glicina e seu uso em modelos murinos da doença já havia trazido bons resultados, com reversão do acúmulo de gordura no fígado e da inflamação, limitando a fibrose.

No estudo atual, os pesquisadores relatam os resultados da molécula quando utilizada em um modelo NASH de primata não humano. Neste modelo superior validado por análises multiômicas, o DT-109 reverteu a esteatose e preveniu a progressão da fibrose ao estimular a degradação de ácidos graxos e a formação de antioxidantes. O DT-109 também suprimiu a produção de ácido litocólico, um ácido biliar secundário tóxico intimamente ligado à DHGNA.

Segundo os autores, este avanço significativo superando dificuldades em modelos pré-clínicos anteriores credencia o DT-109 como potencial agente de tratamento da NASH e futuros ensaios clínicos.

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Fonte: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1550413123000918?via%3Dihub

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