Para as doenças degenerativas da retina, a terapia de reposição celular (TRC), em que células fotorreceptoras saudáveis são adicionadas à retina doente, segue como a principal esperança já que a perda de grande parte dessas células na doença inviabiliza outros tipos de terapia.
A novidade é que um esforço conjunto de pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, em colaboração com pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison, do Hospital Infantil da Filadélfia e do National Eye Institute (NEI) anunciou um importante progresso na TRC visando a retina.
O artigo do grupo em Stem Cell Reports relembra os principais obstáculos encontrados com a TRC têm sido a morte precoce das células transplantadas e a não integração funcional destas à retina receptora. No estudo atual, os pesquisadores utilizaram modelos caninos para transplantar precursores de células fotorreceptoras humanas e um coquetel imunossupressor de drogas.
Os objetivos do grupo foram aprimorar a técnica cirúrgica de entrega das células ao tecido sub-retiniano, rastrear as células transplantadas com imagens in vivo, melhorar suas taxas de sobrevivência e documentar sua migração para a camada correta da retina e o processo de integração que permite a disseminação da informação visual ao cérebro. Para isso, foram desenvolvidos precursores de células fotorreceptoras humanas com marcação fluorescente que permite o rastreio.
Essas células foram implantadas na retina de cães com retina normal e também portadores de uma forma de degeneração própria da espécie. O tamanho do olho canino permitiu aprimorar a técnica para o transplante de um quantitativo celular próximo do que se acredita necessário para tratar doenças humanas.
As técnicas de imagem documentaram a migração correta das células para o espaço sub-retiniano e o esboço de conexões sinápticas. Por outro lado, o coquetel imunossupressor aumentou a taxa de sobrevivência celular nos animais tratados. Por fim, o processo só foi relevante nos animais com degeneração retiniana, já que a retina saudável se provou uma barreira à captação das células transplantadas.
No momento, o trabalho continua para avaliar se o procedimento resultará em uma resposta visual funcional.
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