Estresse oxidativo precoce pode prolongar tempo de vida útil

Por Docmedia

14 abril 2021

Todo ser vivo que respira ar produz espécies reativas de oxigênio (ROS). As ROS estão intimamente ligadas aos efeitos do processo de envelhecimento. A incapacidade do organismo de lidar com a quantidade de ROS produzida gera estresse oxidativo. A novidade é que um grupo de pesquisadores da Universidade de Michigan afirma que o estresse oxidativo pode nem sempre ser ruim.

Em um artigo publicado na Nature, os pesquisadores afirmam que o estresse oxidativo no início da vida pode aumentar o tempo de vida útil. A afirmação vem de experimentos com o verme nematódeo Caenorhabditis elegans, muito utilizado em pesquisas de envelhecimento. Tudo começou com a observação de que linhagens geneticamente idênticas provenientes de um único verme hermafrodita poderiam durar apenas 3 dias, como estarem ativos após 20 dias na mesma placa de Petri.

Com genética e fator ambiental controlados, outro fator haveria de responder pela diferença. Examinando os vermes, foi descoberto ser extremamente variável entre eles a produção de ROS. Os vermes que produziram mais ROS nos períodos iniciais do desenvolvimento se mostraram mais resistentes às variações de temperatura e também tiveram tempo de vida útil maior (18%) que seus pares com baixa produção de ROS. Curiosamente, ao testarem a validade da observação, os pesquisadores descobriram que, ao exporem toda a população de vermes juvenis a ROS externas durante o desenvolvimento, a vida útil média de toda a população aumentou.

Ao comparar grupos de C. elegans com maior e menor produção precoce de ROS, a equipe verificou que a diferença entre os dois grupos foi que os grandes produtores de ROS têm diminuição global nos níveis de histona H3K4me3 por ativação de um modificador de histonas. Em tese, esse processo teria o condão de aumentar a resistência ao estresse, melhorar a homeostase redox e prolongar a vida útil desses animais. O mesmo fenômeno já foi reproduzido em mamíferos e pode levar a intervenções que modifiquem a vida útil em humanos.

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