Engenharia de medicamentos abre as portas para o tratamento oral do diabetes tipo 1

Por Docmedia

30 janeiro 2023

Portadores de diabetes tipo 1 são incapazes de sintetizar o hormônio insulina, sendo dependentes da aplicação regular de hormônio exógeno. Felizmente, a insulina foi isolada em 1921 por Frederick Banting  e Charles Best enquanto pesquisavam a secreção pancreática.

Com milhões de pessoas salvas por este medicamento, um desafio da ciência tem sido tentar evitar, até agora sem sucesso, a necessidade vitalícia de repetidas injeções para a aplicação de insulina. O hormônio é instável e prontamente degradado por enzimas digestivas quando administrado por via oral.

A novidade é que pesquisadores do Walter and Eliza Hall Institute of Medical Research (WEHI) em parceria com a farmacêutica Lilly deram um importante passo para a criação de medicamentos orais com ação insulínica. A publicação na Nature Communications conta que o grupo comprovou que é possível promover a ativação do receptor insulínico por meio de peptídeos não relacionados ao hormônio.

O trabalho da equipe teve como fundamento a pesquisa estrutural do receptor de insulina e sua ativação pelo hormônio. Para conseguir o nível de detalhe necessário, foi utilizada microscopia crioeletrônica (cryo EM), uma técnica capaz de visualizar moléculas complexas em interação e gerar imagens estruturais em 3D.

O esforço mostrou que a insulina promove a ativação de seu receptor de uma forma muito mais complexa do que se supunha anteriormente. Ao mesmo tempo, o método permitiu identificar e selecionar um peptídeo não insulínico capaz de promover o mesmo tipo de alteração estrutural no receptor insulínico que leva ao aumento da captação periférica de glicose em resposta ao aumento da glicemia.

Embora os autores saibam que há muito tempo e muita pesquisa a ser feita até que surjam os primeiros resultados terapêuticos, se afirmam satisfeitos por sua descoberta efetivamente ser o início do caminho para o tratamento oral do diabetes tipo 1. 

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s41467-022-33315-8

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