Efeito satisfatório de geroproteção com imunossupressor reaproveitado em menor dose

Por Docmedia

22 maio 2023

Atualmente, o grande objetivo da pesquisa na área de medicina do envelhecimento é o encontro de fármacos que possam reverter ou prevenir os efeitos celulares que esse processo imprime no organismo.

A novidade é que pesquisadores do Instituto Max Planck de Biologia agora afirmam que isso pode ser possível com uma conhecida droga imunossupressora. Artigo recente do grupo na Nature Aging conta que o foco do trabalho foi a rapamicina (sirolimus), uma lactona macrolídica produzida por Streptomyces hygroscopicus e utilizada como imunossupressor após transplantes de órgãos e como inibidor do crescimento celular na terapia do câncer.

Anteriormente, estudos em modelos animais sugeriram a rapamicina como uma promissora droga para o arsenal de geroproteção. Ocorre que, nas dosagens habituais, a rapamicina é usada cronicamente e produz consideráveis efeitos colaterais, algo indesejável para uma droga antienvelhecimento. No estudo atual, novas janelas de terapia foram experimentadas em modelos animais de mosca da fruta e camundongos.

Basicamente, os insetos foram tratados com a droga por duas semanas na idade de adultos jovens, o mesmo ocorrendo com camundongos que a receberam por três meses quando tinham três meses de idade. Nos dois casos foi observado marcante benefício na saúde intestinal e os insetos tiveram sua longevidade prolongada.

Comparativamente, a breve janela de tratamento com rapamicina mostrou efeitos antienvelhecimento similares aos alcançados com o uso crônico. Além disso, foi visto que benefícios mais significativos são alcançados com o tratamento no início da idade adulta, em comparação com nenhum benefício mostrado pela rapamicina administrada já na meia idade.

Segundo os autores, seus dados são importantes por mostrar uma forma de contornar o uso crônico da rapamicina sem abrir mão dos efeitos benéficos, uma abordagem que pode tornar mais factível a utilização para geroproteção em humanos.

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Fonte: https://www.nature.com/articles/s43587-022-00278-w

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