Consumo de alimentos ultraprocessados aumenta o risco de declínio cognitivo

Por Docmedia

10 fevereiro 2023

Alimentos ultraprocessados são aqueles que passaram por maior processo de transformação industrial. E neste processo costumam receber grande adição de açúcares, gorduras, diferentes aditivos e, principalmente, conservantes. O consumo deste tipo de alimento já foi relacionado por estudo a maior risco de doença cardiovascular, obesidade e síndrome metabólica.

Agora, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) afirmam que esse grupo de alimentos também está relacionado ao aumento do risco de declínio cognitivo. Tal afirmação é fruto de um trabalho de coorte prospectivo em três ondas publicado na JAMA Network.

Um total de 15.105 participantes servidores públicos com idades entre 35 e 74 anos foram recrutados em seis cidades brasileiras. Deste total, 4.330 foram excluídos por dados de consumo alimentar incompletos, uso de substâncias que pudessem interferir no desempenho cognitivo e por relato de ingestão calórica extrema (<600 kcal/dia ou >6.000 kcal/dia).

Ao final, foram relacionados os dados de alimentação e evolução cognitiva no tempo de 10.775 pessoas com média de idade de 51,6 (8,9) anos, 54% sendo mulheres, 53,1% sendo brancos e 56,6% possuindo ao menos um diploma universitário. O consumo de alimentos ultraprocessados na dieta foi quantificado como percentual do total de ingestão calórica, dividindo os participantes em quartis.

Ao final de um tempo médio de acompanhamento de 8 anos, os participantes enquadrados no quartil superior de consumo de alimentos ultraprocessados mostraram uma taxa 28% mais rápida de declínio cognitivo global (B = -0,004; IC 95%, -0,006 a -0,001; P=0,003) e uma taxa 25% mais rápida de declínio da função executiva (B = -0,003, IC 95%, -0,005 a 0,000; P =0,01) em comparação com aqueles no primeiro quartil.

Segundo os autores, os dados mostraram que uma porcentagem maior de consumo diário de energia de alimentos ultraprocessados foi associada ao declínio cognitivo mais rápido entre adultos de uma amostra etnicamente diversa. Tais achados apoiam as recomendações para redução do consumo de alimentos ultraprocessados devido ao potencial dano à função cognitiva.

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Fonte: https://jamanetwork.com/journals/jamaneurology/article-abstract/2799140

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