A doença inflamatória intestinal (DII) é um distúrbio imune que causa inflamação crônica na mucosa intestinal e afeta centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. A DII habitualmente se apresenta como colite ulcerativa (CU) ou doença de Crohn (DC), mas a falta de conhecimento sobre as exatas bases moleculares da condição faz o tratamento depender de medicamentos imunossupressores para inibir a inflamação tecidual e até mesmo cirurgia para correção das sequelas.
A novidade é que um grupo de pesquisadores da Universidade de Sichuan, na China, e do Cedars-Sinai Medical Center, nos EUA, afirmam que o tratamento com um suplemento dietético natural pode auxiliar em uma condução menos invasiva da doença. A publicação no American Journal of Physiology-Gastrointestinal and Liver Physiology conta que o foco do trabalho foi a clorofilina, um composto solúvel em água derivado da clorofila.
No estudo, a clorofilina foi administrada como tratamento em um grupo de camundongos em que a DII foi causada por sulfato de dextrano de sódio. Esse composto causa nos animais um quadro intestinal em que estão presentes inflamação crônica da mucosa intestinal, anormalidade do processo celular de autofagia e estresse lisossomal, fatores habitualmente encontrados na DII humana.
No grupo de animais com DII induzida e tratados com clorofilina, ocorreu supressão da inflamação mucosa, diminuição do fluxo da autofagia e redução do estresse do retículo endoplasmático.
Experimentos in vitro também mostraram que a clorofilina ativa as vias Akt e mTOR, resultando em regulação inibitória para a autofagia e para o estresse do retículo endoplasmático.
Ainda que tais efeitos precisem ter sua relevância clínica em humanos avaliada por novos estudos, os autores sugerem que a utilização de clorofilina e o consumo de vegetais verdes pode ser uma opção viável e não invasiva para a suavização dos sintomas de DII.
Quer saber mais?