Comodidade posológica pode melhorar resultados após infarto do miocárdio

Por Docmedia

19 maio 2023

O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma das principais complicações das doenças cardiovasculares. A maioria das mortes pela condição (45-60%) ocorre na primeira hora, percentual que alcança 80% se contadas as primeiras 24 horas. Para os indivíduos que sobrevivem ao evento, uma combinação específica de medicamentos é administrada para prevenir a ocorrência de novos eventos cardiovasculares.

Agora, pesquisadores do Centro Nacional Espanhol de Pesquisa Cardiovascular (CNIC) anunciaram uma estratégia que foi eficaz em reduzir de forma significativa a morbimortalidade nesses pacientes. O artigo do grupo no New England Journal of Medicine lembra que os pacientes que sobreviveram a um IAM recebem como esquema padrão ouro um antiagregante plaquetário, um anti-hipertensivo e um redutor de lipídios séricos.

Uma grande dificuldade nesses casos, é a adesão do paciente a um esquema terapêutico com diferentes medicações tomadas em diversos horários durante o dia. Anteriormente, outro estudo da mesma equipe (FOCUS) mostrou que juntar os três tipos de medicamentos em um único veículo de entrega foi eficaz em aumentar a adesão dos pacientes à terapia. No estudo atual, a investigação buscou saber se tal estratégia influenciaria os resultados clínicos.

O ensaio (SECURE) recrutou 2.499 pacientes de sete países europeus (Espanha, Itália, Alemanha, República Tcheca, França, Polônia e Hungria) em período de recuperação após um IAM. Os participantes foram designados aleatoriamente para receberem a terapia padrão ouro ou uma pílula única desenvolvida no CNIC contendo aspirina (100mg), o inibidor da ECA ramipril (2,5mg, 5mg ou 10mg) e atorvastatina (20mg ou 40mg).

A coorte do estudo tinha idade média de 76 anos, e 31% do sexo feminino, 77,9% de hipertensos, 57,4% de diabéticos e 51,3% com histórico de tabagismo. Durante o acompanhamento médio de 3 anos, os desfechos pesquisados foram morte por causa cardiovascular, IAM não fatal, AVC não fatal e necessidade de revascularização miocárdica.

Foi descoberto que o uso da pílula CNIC chamada Trinomia resultou risco 24% menor dos quatro desfechos em comparação ao uso da terapia padrão. Além disso, a mortalidade cardiovascular foi reduzida em significativos 33% (71 padrão vs 48 Trinomia). Tais dados, segundo os autores, reforçam a importância do efeito de simplificação dos tratamentos.

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Fonte: https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2208275

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