Candidato a medicamento contra encefalite equina mostra eficácia em estudo

Por Docmedia

11 maio 2023

Dentre uma série de agentes virais considerados como possuindo potencial pandêmico, há dois alfavírus transmitidos por picadas de mosquito e que podem infectar cavalos e seres humanos. Os vírus da encefalite equina oriental (EEEV) ou vírus da encefalite equina venezuelana (VEEV), ainda não possuem tratamento aprovado pela Food and Drug Administration, o que justifica as pesquisas no tema.

A novidade é que uma colaboração entre pesquisadores da Universidade de Wisconsin-Madison, Universidade de Louisville e Universidade do Tennessee resultou no desenvolvimento de um candidato a antiviral que mostrou bons resultados contra essas infecções em estudo. A publicação dos resultados do grupo na Science Translational Medicine lembra que, embora os surtos de EEEV sejam raros, em 2019, um surto em nove estados resultou em 38 casos confirmados, 19 mortes e efeitos neurológicos nos sobreviventes. Já a VEEV tem uma taxa de mortalidade muito menor de 1%, mas os surtos podem afetar milhares de pessoas.

O foco do trabalho das equipes foi o fármaco BDGR-49, uma quinazolina que mostrou alta capacidade de penetração no tecido cerebral, estabilidade, potência e eficácia aprimorada em comparação aos desenvolvimentos anteriores. Parte do estudo consistiu em testar a medicação em desafios de infecção com modelos murinos.

Nos testes, além de bem tolerado pelos animais, o BDGR-49 forneceu proteção significativa aos animais contra infecção por EEEV. Ao mesmo tempo, o candidato a medicamento não apenas protegeu totalmente os camundongos infectados com VEEV, mas também foi eficaz para ser utilizado como agente terapêutico dias após a infecção.

Molecularmente, foi demonstrado que a ação antiviral do BDGR-49 é devida principalmente à capacidade de interromper a maquinaria viral voltada para sua replicação. No momento, os pesquisadores investem em avaliar o BDGR-49 em estudos pré-clínicos avançados enquanto expandem a compreensão de suas propriedades antivirais.

Como os demais vírus de RNA, VEEV e EEEV são propensos a desenvolver mutações, podendo potencialmente evoluírem para versões mais letais ou transmissíveis sem aviso prévio, resultando em eventos de maior porte.

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Fonte: https://www.science.org/doi/10.1126/scitranslmed.abl9344

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