A menopausa coincide com o período em que cessa a produção hormonal pelos ovários, evento que pode promover declínio do status de saúde das mulheres por condições como doenças cardiometabólicas, aumento da inflamação sistêmica e redução da densidade mineral óssea.
A terapia de reposição hormonal (TRH), opção tradicional para essas mulheres, possui efeitos colaterais, pode aumentar o risco de doenças incluindo o câncer e em alguns casos é contraindicada. A necessidade de alternativas à TRH foi a motivação de pesquisa de um grupo da Universidade Rutgers, que agora afirma ver no canabidiol (CBD) uma potencial opção.
A publicação em Frontiers of Pharmacology conta que a inspiração para o trabalho veio de evidências anedóticas de mulheres no período da menopausa que se beneficiaram da utilização de cannabis ou seu componente CBD. Para testar essa hipótese em ambiente de pesquisa controlado, os pesquisadores utilizaram um modelo murino de deficiência estrogênica por ooforectomia em que os animais desenvolvem os mesmos sintomas crônicos das mulheres humanas menopausadas.
Durante o experimento que teve duração de 18 semanas, os camundongos foram alimentados com esferas feitas de manteiga de amendoim, sendo que, para parte dos animais, houve adição de CBD nessas esferas. Ao final do experimento, os animais que não receberam CBD na alimentação desenvolveram, como esperado, sintomas como aumento da inflamação sistêmica, redução da densidade mineral óssea, disfunção metabólica e piora do perfil da microbiota intestinal.
Os animais que receberam CBD na dieta, em vez disso, mostraram menor perda óssea, melhora do metabolismo glicêmico e aumento do gasto energético, menos inflamação nos tecidos ósseo e intestinal e aumento da prevalência de espécies consideradas benéficas na microbiota intestinal.
Segundo os autores, considerando o perfil de risco da TRH, além do fato de que as mulheres passam em média um terço da vida sob o status hormonal da menopausa, faz sentido investigar novas opções terapêuticas. E, com tais dados, o CBD derivado da cannabis deu uma demonstração inicial promissora de utilidade.
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Fonte: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fphar.2022.900667/full
